quinta-feira, 14 de junho de 2012

CARTA DE MOURINHO À SELECÇÃO NACIONAL



José Mourinho

Sou português há 47 anos e treinador de futebol há dez. Sendo assim, sou mais português do que treinador. Posto isto, para que não restassem dúvidas, vamos ao que importa...

As Selecções Nacionais não são espaços de afirmação pessoal, mas sim de afirmação de um País e, por isso, devem ser um espaço de profunda emoção colectiva, de empatia, de união. Aqui, nas selecções, os jogadores não são apenas profissionais de futebol, os jogadores são além disso portugueses comuns que, por jogarem melhor que os portugueses empregados bancários, taxistas, políticos, professores, pescadores ou agricultores, foram escolhidos para lutarem por Portugal. E quando estes eleitos a quem Deus deu um talento se juntam para jogar por Portugal, devem faze-lo a pensar naquilo que são - não simplesmente profissionais de futebol (esses são os que jogam nos clubes), mas, além disso, portugueses comuns que vão fazer aquilo que outros não podem fazer, isto é, defender Portugal, a sua auto estima, a sua alegria.

Obviamente há coisas na sociedade portuguesa incomparavelmente muito mais importantes que o futebol, que uma vitória ou uma derrota, que uma qualificação ou não para um Europeu ou um Mundial. Mas os portugueses que vão jogar por Portugal - repito, não gosto de lhes chamar jogadores - têm de saber para onde vão, ao que vão, porque vão e o que se espera deles.

Por isso, quando a Federação Portuguesa de Futebol me contactou para ser treinador nacional, aquilo que senti em minha casa foi orgulho; do que me lembrei foi das centenas e centenas de pessoas que, no período de férias, me abordam para me dizerem quanto desejam que eu assuma este cargo. Isto levou-me, pela primeira vez na minha vida profissional, a decidir de uma forma emocional e não racional, abandonando, ainda que temporariamente, um projecto de carreira que me levou até onde me levou.

Desculpem a linguagem, mas a verdade é que pensei: Que se lixem as consequências negativas e as críticas se não ganhar; que se lixe o facto de não ter tempo para treinar e implementar o futebol que me tem levado ao sucesso; por Portugal, eu vou!

E é isto que eu quero dizer aos eleitos para jogar por Portugal: aí, não se passeia prestigio; aí, não se vai para levar ou retirar dividendos; aí, quem vai, vai para dar; aí, há que ir de alma e coração; aí, não há individualidades nem individualismos; aí, há portugueses que ou vencem ou perdem, mas de pé; aí, não há azias por jogar ou por ir para o banco; aí, só há espaço para se sentir orgulho e se ter atitude positiva.

Por um par de dias senti-me e pensei como treinador de Portugal. E gostei. Mas tenho que reconhecer que o Real Madrid é uma instituição gigante, que me «comprou» ao Inter, que me paga, e que não pode correr riscos perante os seus sócios e adeptos. Permitir que o seu treinador, ainda que por uns dias, saísse do seu habitat de trabalho e dividisse a sua concentração e as suas capacidades era impensável.

Creio, por conseguinte, que o feedback que saiu de Madrid e chegou à Federação levou a que se anulasse a reunião e não se formalizasse o pedido da minha colaboração.

Para tristeza minha e frustração do presidente Gilberto Madail.

Mas, sublinho, agora já a frio: foi e é uma decisão fácil de entender. Estou ao leme de uma nau gigantesca, que não se pode nem se deve abandonar por um minuto. O Real decidiu bem.

Fiquei com o travo amargo de não ter podido ajudar a Selecção, mas fico com a tranquilidade óbvia de quem percebe que tem nas suas mãos um dos trabalhos mais prestigiados no mundo do futebol. 

Agora, Portugal tem um treinador e ele deve ser olhado por todos como «o nosso treinador» e «o melhor» até ao dia em que deixar de ser «o nosso treinador». Esta parece-me uma máxima exemplar: o meu é o melhor! Pois bem, se o nosso é Paulo Bento, Paulo Bento é o melhor.

Como português, do Paulo espero independência, capacidade de decisão, organização, modelagem das estruturas de apoio, mobilização forte, fonte de motivação e, naturalmente, coerência na construção de um modelo de equipa adaptada as características dos portugueses que estão à sua disposição. Sinceramente, acho que o Paulo tem condições para desenvolver tudo isso e para tal terá sempre o meu apoio. Se ele ganhar, eu, português, ganho; se ele perder, eu, português, perderei. Mas eu também quero ganhar.

No ultimo encontro de treinadores que disputam a Champions League, quando questionado sobre o poder dos treinadores nos clubes, ou a perda de poder dos treinadores face ao novo mundo do futebol, sir Alex Fergusson disse (e não havia ninguém com mais autoridade do que ele para o dizer!) que o poder e a liderança dos treinadores depende da personalidade dos mesmos, mas que depende muitíssimo das estruturas que os rodeiam. Clubes e dirigentes fragilizam ou solidificam treinadores.

Eu transponho estas sábias palavras para a selecção nacional: todos, mas todos, neste país devem fazer do treinador da selecção um homem forte e protegido. E quando digo todos, refiro-me a dirigentes associativos, federativos e de clubes, passando pelos jogadores convocados e pelos não convocados, continuando pelos que trabalham na comunicação social e terminando nos taxistas, políticos, pescadores, policias, metalúrgicos, etc. Todos temos de estar unidos e ganhar. E se perdermos, que seja de pé.

Mas, repito, há coisas incomparavelmente mais importantes neste país que o futebol. Incomparavelmente mais importantes¿ Infelizmente!

Aproveito esta oportunidade para desejar a todos os treinadores portugueses, aos que estão em Portugal e aos muitos que já trabalham em tantos países de diferentes continentes, uma época com poucas tristezas e muitas alegrias.


Ao Xico Silveira Ramos, manifesto-lhe a minha confiança no seu cargo de Presidente da ANTF.

Um abraço a todos.

José Mourinho

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Sampaio Póvoa - discurso no 10 de Junho de 2012



Publicado em 10/06/2012 por 
Ver mais em: www.joaotilly.weblog.com.pt

10 de Junho de 2012. António Sampaio da Nóvoa acabou de proferir esta peça literária em forma de alerta geral. Aponta os nossos falhanços colectivos enquanto Nação e apela ao nosso desígnio que afinal não é o futebol mas o Estudo e o Conhecimento. E mostra que Portugal falhou quando se afastou da Ciência, do Ensino e do Conhecimento. Caminhos dos quais a europa desenvolvida nunca se afastou.
Imperdível!
15 minutos de puro deleite intelectual.


terça-feira, 12 de junho de 2012

Dominick Tambasco - Nati stanchi - 2002

banda sonora - italiano
.




Nati stanchi (a.k.a. Born Tired) is an 2002 Italian comedy film co-written by and starring the comic duoFicarra and Picone.

Nati stanchi è un film del 2002 diretto da Dominick Tambasco. Si tratta del primo lungometraggio della coppia comica Ficarra e Picone.

-

Jean-Pierre Jeunet - O Fabuloso Mundo de Amélia - (Le fabuleux destin d'Amélie Poulain) - 2001

banda sonora - francês  #  dobragem - italiano
.



Enviado por  em 17/01/2012
Versione italiana di Amelie Poulain in "Il Favoloso Mondo Di Amelie" 

Amélie (Original French title: Le Fabuleux Destin d'Amélie Poulain aka The Fabulous Destiny of Amélie Poulain) is a 2001 romantic comedy film directed by Jean-Pierre Jeunet. Written by Jeunet withGuillaume Laurant, the film is a whimsical depiction of contemporary Parisian life, set in Montmartre. It tells the story of a shy waitress, played by Audrey Tautou, who decides to change the lives of those around her for the better, while struggling with her own isolation. The film was an International co-production between companies in France and Germany.
The film met with critical acclaim and was a box-office success. Amélie won Best Film at the European Film Awards; it won four César Awards (including Best Film and Best Director), two BAFTA Awards (including Best Original Screenplay), and was nominated for five Academy Awards.


Le Fabuleux Destin d’Amélie Poulain est un film français réalisé par Jean-Pierre Jeunet et sorti en 2001. Il s’agit d’une comédie romantique écrite par Jean-Pierre Jeunet et Guillaume Laurantavec Audrey Tautou dans le rôle titre. Le film est une représentation originale et parfois idéalisée de la vie contemporaine à Paris dans le quartier de Montmartre. Il s'agit d'un des plus gros succès mondiaux pour un film français.
Le film a été globalement très bien accueilli par la critique. Il recueille 90 % de critiques positives, avec un score moyen de 7,9/10 et sur la base de 140 critiques collectées, sur le site internet Rotten Tomatoes En 2008, le magazine Empire l'a classé à la 196e place dans sa liste des 500 meilleurs films de tous les temps  Le personnage d'Amélie a aussi été classé 45e des meilleurs personnages de cinéma de l'histoire par ce même magazine
En France, la revue de presse d'AlloCiné, qui se base sur les critiques des principaux journaux et magazines français, attribue au film une note de 4,3/5 Le Journal du Dimanche parle d'un « petit bijou » qui met « la tête et le cœur en joie »Le Parisien estime que « le mot chef-d'œuvre reprend tout son sens »Première « en redemande pour le plaisir des yeux, pour rêver qu'on va changer de vie »Positif met en avant « une esthétisation du moindre plan et une composition minutieuse du décor »Le Monde évoque une « débauche de moyens et de talents » qui aurait pu conduire à l'indigestion s'il n'y avait « un vrai mystère, un espace pour l'imagination et le rêve »
Toutefois, certains critiques comme Serge Kaganski des Inrockuptibles l’ont attaqué pour sa représentation irréaliste et pittoresque de la société française contemporaine dans un univers de carte postale d’une France d’autrefois avec très peu de minorités ethniques — ce qu'il considère être une forme delepénisme latent  Alors que Paris est une ville cosmopolite et que Montmartre, où se situe l’action, touche Barbès, quartier métissé (Barbès - Rochechouart), très peu d’immigrés sont visibles dans le film. Si le réalisateur a souhaité créer une vision idyllique d’un Paris parfait, il semble qu’il ait trouvé nécessaire de faire disparaître toute trace de personne de couleur pour y parvenir, ont jugé les critiques. L'Humanité, de son côté, évoque « une bluette au style publicitaire » « dans un Montmartre de carte postale »
D’autres, comme David Martin-Castelnau et Guillaume Bigot, ont estimé que ces critiques étaient injustifiées et qu’il s’agissait plutôt de la « bien-pensance libérale-libertaire » qui ne pouvait que rejeter la vision bienveillante et crédible des « petites gens ». Jean-Pierre Jeunet répondit à ces critiques en rappelant que Jamel Debbouze qui joue le rôle de Lucien est d’origine nord-africaine. (Wikipedia)
Alan Morrison from Empire Online gave Amélie five stars and called it "one of the year’s best, with crossover potential along the lines of Cyrano De Bergerac and Il Postino. Given its quirky heart, it might well surpass them all."[7]
Paul Tatara from CNN Reviewer praised Amélie's playful nature. In her review she said, "Its whimsical, free-ranging nature is often enchanting; the first hour, in particular, is brimming with amiable, sardonic laughs."[8]
The film was attacked by critic Serge Kaganski of Les Inrockuptibles for an unrealistic and picturesque vision of a bygone French society with few ethnic minorities. "If the director was trying to create an idyllic vision of a perfect Paris," Kaganski argued, "He removed nearly all black people.[9]" Jeunet dismissed the criticism by pointing out that the photo collection contains pictures of people from numerous ethnic backgrounds, and that Jamel Debbouze, who plays Lucien, is of Moroccan descent. (Wikipedia)



Amelie poster.jpg------------

Tinto Brass - Senso '45 (2002)

banda sonora - italiano

.


Publicado em 24/03/2012 por 
Il film si ispira a una novella di Camillo Boito, già adattata in passato da Luchino Visconti nel film Senso. Brass ambienta la novella durante gli ultimi anni del fascismo.


Livia Mazzoni, moglie di un alto dirigente del Minculpop, parte sull'automobile del suo spasimante, l'avvocato Ugo Oggiano, da Asolo verso Venezia, dove si incontrerà con il suo amante Helmut Schultz, membro delle SS dell'esercito tedesco. Durante il viaggio Livia ripercorre la deriva sessuale che l'ha portata sino a quel punto, travolgendola in un turbinio di avventure erotiche, traffici illeciti, personaggi loschi che si muovono in un regime in sfacelo e in un clima di guerra. Ma all'arrivo a Venezia l'attende un'amara resa dei conti.


*****


Trapped in an unhappy marriage, the wife of a high ranking Fascist official starts a dangerous, self-destructive relationship with a duplicitous S.S. Officer.

March 1945 Asolo, Italy. Livia Mazzion, the attractive wife of a top ministry official, slips into the car of lawyer Ugo Oggiano, Livia's admirer and her husband's informer. Livia must reach Venice and her lover Helmut Schultz, a Wermacht lieutenant, as beautiful and accursed as a pagan god, with whom she is having a burning love affair. During the trip she relives the high points of her devastating sexual abandonment gone adrift, one that has shattered her life and her destiny, swallowing her up in the ruinous vortex of a sybaritic and bituminous Venice. The city, in the throes of the final months of the war, is rife with traffickers, officials, nabobs, military brass, sharks and adventurers of every kind. Yet a surprise awaits Livia upon her arrival in Venice, a surprise in which the heroes' own personal defeats interweave with those public, as historical and political events now seek to settle accounts. Written by Ørmås  

Giovanni Brass (born 26 March 1933), better known as Tinto Brass, is an Italian filmmaker. He is noted especially for his work in the erotic genre, with films such as CaligulaCosì fan tutte (released under theEnglish title All Ladies Do It), PaprikaMonella (Frivolous Lola) and Trasgredire. On Sunday, 18 April 2010, he suffered an intracranial hemorrhage

*****
Tinto Brass remade the story as Senso '45 (retitled Black Angel for the international release) in 2002 when he read the novella and found himself unsatisfied with Visconti's version. The film starred Anna Galiena as Livia andGabriel Garko as her lover. The story of the film is much more faithful to Camillo Boito's work than the earlier adaptation in terms of tone and story, but the action was transported from the War of Unification to the end of World War II, with Remigio becoming a Nazi Lieutenant and Livia updated to being the wife of a high ranking Fascistofficial. Brass later explained that the change in time was made because he couldn't possibly bring himself to compete with Visconti's vision of Risorgimento-era Italy.
Unlike the 1954 version, Senso '45 did not romanticize the affair between Livia and Mahler (Helmut Schultz in the 2002 film), the film showed it as a clinical study of vanity and lust. The film went on to win Italian cinema's "Silver Ribbon" Award for best costume design. (Wikipedia)


Luxúria Poster------------

Joseph L. Mankiewicz - Autópsia de um Crime (Sleuth) 1972

banda sonora - inglês 

.



Enviado por  em 03/04/2011
A man who loves games and theater invites his wife's lover to meet him, setting up a battle of wits with potentially deadly results.


Milo Tindle and Andrew Wyke have something in common, Andrew's wife. In an attempt to find a way out of this without costing Andrew a fortune in alimony, he suggests Milo pretend to rob his house and let him claim the insurance on the stolen jewelry. The problem is that they don't really like each other and each cannot avoid the zinger on the other. The plot has many shifts in which the advantage shifts between Milo and Andrew. 


*****

Sleuth is a 1972 mystery film, an adaptation of the Tony Award-winning Sleuth by British playwrightAnthony Shaffer. The screenplay was adapted by Shaffer. Directed by Joseph L. Mankiewicz, the film starsLaurence Olivier and Michael Caine.
Sleuth is a 1972 mystery film, an adaptation of the Tony Award-winning Sleuth by British playwrightAnthony Shaffer. The screenplay was adapted by Shaffer. Directed by Joseph L. Mankiewicz, the film starsLaurence Olivier and Michael Caine.
Shaffer was initially reluctant to sell the film rights to the play, fearful it would undercut the success of the stage version. When he finally did relent, he hoped the film would retain the services of Anthony Quayle, who had essayed the role of Wyke in London and on Broadway. Alan Bates was Shaffer’s pick for the part of Milo Tindle. In the end, director Mankiewicz opted for Olivier and Caine.
When they met, Caine asked Olivier how he should address him. Olivier told him that it should be as "Lord Olivier", and added that now that that was settled he could call him "Larry". According to Shaffer, Olivier stated that when filming began he looked upon Caine as an assistant, but that by the end of filming he regarded him as a full partner.
The film is noted for its prop-cluttered set designed by Ken Adam, quasi-baroque music score by John Addison, and its Oscar-nominated performances from Olivier and Caine.
The film was nominated for Academy Awards for Best Actor in a Leading Role (Michael Caine and Laurence Olivier), Best Director and Best Music, Original Dramatic Score. Olivier won the New York Film Critics award for Best Actor as a compromise selection after the voters became deadlocked in a choice between Marlon Brando and Al Pacino in The Godfather after Stacey Keach in Fat City won a plurality in initial voting and rules were changed requiring a majority.
Shaffer received an Edgar Award for his screenplay.
The film was the second to have its entire credited cast (Caine and Olivier) nominated for Academy Awards after Who's Afraid of Virginia Woolf in 1966 and the first where all of the actors in the film were nominated. (Virginia Woolf featured uncredited bit parts by actors playing the roadhouse manager and waitress.) This feat has been repeated only by Give 'em Hell, Harry! (1975), in which James Whitmore is the sole credited actor.
The production team intended to reveal as little about the movie as possible so as to make the conclusion a complete surprise to the audience. Hence, a false casting at the beginning of the film consisting of fictional people playing roles that do not exist, as well as a fictional actor credited as Doppler. This "game" not only serves as irony, but continues to deceive new audiences. The same trick was pulled in the original stage version.
Much of the story revolves around the theme of crime fiction, as written by Dorothy L. Sayers (Lord Merridew = Lord Peter Wimsey) or Agatha Christie, whose photo is included on Wyke's wall, and how it relates to real-life criminal investigations. Class conflict is also raised between Wyke, the long-established English country gentleman, compared to Tindle, the son of an immigrant from the working-class streets of London.
-----------

Ismael Rodríguez -El hombre de papel - 1963

banda sonora - castelhano
.


Enviado por  em 07/01/2012
El hombre de papel es una película mexicana en cinedrama producida y dirigida por Ismael Rodríguez Ruelas, en el año de Cine mexicano (1963). Inspirada en el libro de Luis Spota, El Billete. Realizada con la colaboración de Ricardo Garibay, Mario Hernández, Pedro de Urdimalas y Fernando Morales Ortíz.

*****
The Paper Man (SpanishEl hombre de papel) is a 1963 Mexican drama film directed by Ismael Rodríguez. The film was selected as the Mexican entry for the Best Foreign Language Film at the 36th Academy Awards, but was not accepted as a nominee

--

Luis Buñuel, - La ilusión viaja en tranvía - 1953

banda sonora - castelhano
.


Enviado por  em 11/02/2012
Al enterarse que el tranvía 133, en el cual han trabajado toda su vida, será retirado de servicio, Caireles y Tarrajas se emborrachan y deciden robarlo. Durante la noche dan servicio a un grupo ecléctico de pasajeros que incluye a un catrín, un par de beatas, un profesor con sus alumnos y unos matanceros del rastro. A la mañana siguiente, Caireles y Tarrajas tratan de devolver el tranvía pero se enfrentan a la obstinación de Papá Pinillos, un inspector jubilado que pretende delatarlos.

*****

La ilusión viaja en tranvía es una película mexicana de largo metraje de 1953, dirigida en la etapamexicana de Luis Buñuel, en la que narra en clave de comedia los diferentes avatares que suceden en un viaje en tranvía por la Ciudad de México.
El argumento original fue obra de Mauricio de la Serna; y aunque considerada una obra menor de Luis Buñuel, la frescura de esta cinta, fortalecida sobremanera por los magníficos y chispeantes diálogos de barrio que corrieron a cargo de los escritores José Revueltas y Juan de la Cabada, así como del entonces guionista Luis Alcoriza, mantiene su vigencia en las avatares de México: el acaparamiento de granos, las contradicciones del capitalismo, las inamovibles pastorelas navideñas en los barrios de la ciudad de México, la renovación inmisericorde de los medios de transporte, las supersticiones, la defensa a ultranza de las imágines cristianas, etc.
En La ilusión viaja en tranvía lo inverosímil irrumpe constantemente en la vida de los personajes, sin que esto conduzca a la alteración definitiva de sus destinos. El trayecto que sigue el tranvía está lleno de incidentes divertidos e insólitos que Buñuel siempre consideró naturales en el contexto mexicano. En el libro "Prohíbido asomarse al interior", de José de la Colina y Tomás Pérez Turrent, el cineasta menciona:
"Ustedes saben que en los vehículos públicos en México es posible, o lo era en aquella época, encontrar gente que lleva cajones de fruta, o guajolotes vivos, en fin: las cosas más increíbles, y por eso se me ocurrió que en el tranvía viajaran los obreros del Rastro con los cuartos de res, y las viejas beatas con la imagen de un santo."
Colina, José de la y Tomás Pérez Turrent. Prohibido asomarse al interior. Entrevistas con Luis Buñuel acerca de su filmografía. Publicado en España con el título de "Buñuel por Buñuel" (Madrid: Plot Ediciones, S. A., 1993. ISBN: 84-86702-20-8).
Pese a la simplicidad del filme, la poesía y el surrealismo del cineasta, magnífico creador de imágenes inquietantes, no deja de estar presente en diversas escenas: la versión de la caída de Satán y del pecado original en la pastorela; el mismo Satán disparándole al Espíritu Santo; el Tarrajas que representa a un cándido Adán que es semejante a Satán y no a Dios; Eva calzando zapatos de tacón; la cabeza de un cerdo colgando del pasamanos del tranvía; la escena en que un carnicero ofrece en agradecimiento a Lupita los sesos de un cerdo; el Cristo de la columna ensangrentado; las piernas de una actriz a quien un "Lorenzana" observa desde el tranvía; el avance de Lupita en contrasentido de un rebaño de ovejas. También son dignas de mención insólitas frases como la del jefe de tránsito al Tarrajas y al Caireles al reparar el tranvía antes de tiempo: "... Y ninguno de ustedes olvide que el exceso puede ser perjudicial en todo..., hasta en la eficiencia"; la del profesor a Lupita cuando los dos amigos abandonan la pastorela "Eso pasa por darle el papel de Dios a cualquiera"; el gracejo popular de Lupita al velador "Ya me maliciaba que era puro invento de ellos... de puro traviesos"; o la de Tarrajas cuando le suplica a un burgués y a una estadounidense "¡Mejor no pague!" y "¡No pague miss!". Habría que agregar la lección acerca de la Inflación que el profesor y director de la obra de la pastorela le da a Braulio, el velador. En el filme también se pueden localizar los pilares de las cintas de Buñuel: la religión, el erotismo, la política. También se plantea la esencia funcional de la valía con los tres personajes principales y el velador, y la denostación a los soplones, típica de Buñuel.
Debido a la variedad de temáticas de "La ilusión viaja en tranvía", la cinta suele formar parte de los cineclubes universitarios en todo el mundo, junto con otras cintas extranjeras consideradas "Cinema como instrumento de la poesía".
La cinta constituyó la última participación de Lilia Prado con Luis Buñuel; anteriormente habían trabajado en Subida al cielo y Abismos de pasión. Es famoso el fotograma de la película en el que Lupita (Lilia Prado), aborda el tranvía mostrando parte de su muslo, ante las miradas de Caireles y Tarrajas, que en su época causó cierta sensación y ahora es frecuente encontrarle tanto en cantinas como en exposiciones del cine mexicano y de la Ciudad de México. En Subida al cielo Lilia Prado realizó una escena similiar, en aquella ocasión abordando un autobús; sin embargo, la similitud va más allá de lo argumental:
"Es cierto que en ambas películas aparece Lilia Prado haciendo el mismo gesto de subirse al transporte, con un pie en el estribo y la falda a medio muslo" -dice Buñuel. "Reconozco que aquí se trata de algo muy mío, de mi juventud y de la de cualquiera de mi generación. Cuando las mujeres, con aquellas faldas largas, subían al tranvía, le echábamos la vista, para ver si enseñaban algo de pantorrilla. Claro, en las dos películas la falda es más corta, y por fuerza Lilia muestra algo de los muslos. Son gestos que se graban."
Colina, José de la y Tomás Pérez Turrent. Prohibido asomarse al interior. Entrevistas con Luis Buñuel acerca de su filmografía. Publicado en España con el título de "Buñuel por Buñuel" (Madrid: Plot Ediciones, S. A., 1993. ISBN: 84-86702-20-8).
Este filme sería uno de los pocos de los que Buñuel no se quejaría ya fuera por recorte de presupuesto, por huelgas del sindicato o por la calidad de los actores en México(otras excepciones fueron Nazarín y Ensayo de un crimen), y ocupa el lugar 95 dentro de la lista de las 100 mejores películas del cine mexicano, según la opinión de 25 críticos y especialistas del cine en México, publicada por la revista Somos en julio de 1994.
Las 100 mejores películas del cine mexicano. (Wikipedia)

*****
Comentario:
Sin lugar a dudas, la comedia fue uno de los géneros que Luis Buñuel cultivó con mayor placer a lo largo de su carrera. Poseedor de un agudo sentido del humor y de una gran capacidad para la ironía, Buñuel encontró en la comedia el género propicio para desplegar su muy particular visión del mundo, en la que el absurdo y la casualidad coexisten con la normalidad cotidiana.
.

En La ilusión viaja en tranvía lo inverosímil irrumpe constantemente en la vida de los personajes, sin que esto conduzca a la alteración definitiva de sus destinos. El trayecto que sigue el tranvía robado por Caireles y Tarrajas está lleno de incidentes divertidos e insólitos que Buñuel siempre consideró naturales en el contexto mexicano:
.
"Ustedes saben que en los vehículos públicos en México es posible, o lo era en aquella época, encontrar gente que lleva cajones de fruta, o guajolotes vivos, en fin: las cosas más increíbles, y por eso se me ocurrió que en el tranvía viajaran los obreros del Rastro con los cuartos de res, y las viejas beatas con la imagen de un santo."
.
A partir de una escueta línea argumental desarrollada por Mauricio de la Serna y José Revueltas, Buñuel desarrolló una película-viaje al estilo de Subida al cielo (1951). La similitud entre ambos filmes va más allá de su línea argumental. "Es cierto que en ambas películas aparece Lilia Prado haciendo el mismo gesto de subirse al transporte, con un pie en el estribo y la falda a medio muslo" dice Buñuel. "Reconozco que aquí se trata de algo muy mío, de mi juventud y de la de cualquiera de mi generación. Cuando las mujeres, con aquellas faldas largas, subían al tranvía, le echábamos la vista, para ver si enseñaban algo de pantorrilla. Claro, en las dos películas la falda es más corta, y por fuerza Lilia muestra algo de los muslos. Son gestos que se graban."
.
A diferencia de Subida al cielo (1951)La ilusión viaja en tranvía proyecta una sensualidad más sutil y sugerente. Los trozos de carne que suben los carniceros al tranvía recuerdan al sueño de Pedro en Los olvidados (1950), en el que su madre le ofrece un bistec sangrante que le es arrebatado por el Jaibo. En la pastorela, Lilia Prado interpreta a una seductora Eva expulsada del paraíso por pecadora. En el tranvía, un niño ve por la ventanilla a una mujer que se arregla las medias a la vista de todos.
.
Considera por mucho tiempo como una película menor en la filmografía de Luis Buñuel, La ilusión viaja en tranvía ha conservado su particular encanto con el paso de los años y ha logrado superar el "envejecimiento" al que se ven condenadas muchas películas. Realizada sin grandes pretensiones artísticas, esta cinta sigue siendo hoy tan disfrutable como cuando fue estrenada.
.

--