segunda-feira, 4 de junho de 2012

Jorge Brum do Canto - Chaimite - 1953

banda sonora - português

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Enviado por  em 02/01/2012
Filme Portugues

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Sinopse:
A população de Lourenço Marques, em 1894, sob os frequentes ataques das hordas vátuas. Projectos iniciais de Campanha Africana, por António Enes e seus colaboradores. As façanhas de Caldas Xavier, Ayres Ornelas, Eduardo Costa, Paiva Couceiro, Freire de Andrade e, mais tarde, Galhardo, Mouzinho de Albuquerque, para libertarem Moçambique. Grandes jornadas de guerra: Marracuene, Magul, Coolela, incêndio de Manjacaze. Chaimite (rapto de Gungunhana), Macontene... Paralelamente, o amor de dois soldados pela mesma rapariga.

Observações

Considerada, pelo"Estado Novo ", como uma obra de ficção exemplar, na exaltação da gesta colonial. Em 1953, foram-lhe atribuídos pelo SNI o Grande Prémio e o Prémio ao Melhor Actor - Emílio Correia (pelo desempenho em "Chaimite e em "Planície Heróica, de Perdigão Queiroga.

Estreou no Monumental, em Lisboa, em 4 de Abril de 1953. Tendo em conta o elevadíssimo custo de produção, teve uma carreira que não favoreceu a produtora (Cinal), falida pouco tempo depois.

"Jorge Brum do Canto domina todos os sectores do filme, indo até ao ponto de interpretar a personagem de Paiva Couceiro, de modo a ajustar-se ao seu perfil lendário.

Talvez um pouco longo, "Chaimite" tem o ritmo e a força visual que o realizador sabe imprimir às suas imagens, nomeadamente nas cenas de evocação dos combates, tratados num clima de heroísmo e vibração patriótica. O filme, de resto, como "O Feitiço do Império", sugere o esforço português para defender o ultramar da cobiça estrangeira. Mais do que um filme contra o desejo de libertação encarnado por Gungunhana e pela revolta vátua, é um filme denunciador do imperialismo inglês, que pretende revoltar o povo moçambicano contra Portugal para o sujeitar ao seu domínio. (...)

Jorge Brum do Canto nem sempre harmonizou o tempo e a imagem de tão complexas relações: os encontros, dos chefes, a guerra, a rede de intriga na cidade, a vida no mato, a biografia do protagonista. "

Luís de Pina, in História do Cinema Português, ed. Europa-América, col. Saber, 1986

"Após "O Feitiço do Império", é o segundo grande filme colonial português, mas ninguém se pareceu comover muito com tal fervor patriótico e o único interesse da obra é servir para o estudo da propaganda colonialista do Estado Novo, sobretudo na exemplar sequência que opõe o herói de Chaimite (e do filme), Mouzinho de Albuquerque, ao régulo negro Gungunhana, que ele próprio trouxe cativo para Lisboa em 1897 em gesto delirantemente saudado pelo povo da capital que nele viu a nossa "desforra" face ao humilhante ultimatum inglês. Sucede contudo, no filme, que o actor indígena chamado a representar Gungunhana esmaga, com um olhar onde passam séculos de humilhação recalcada, o retórico actor teatral (Jacinto Ramos) que fez o papel de Mouzinho."

João Bénard da Costa, in Histórias do Cinema, col. Sínteses da Cultura Portuguesa, Europália 91, ed. Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1991 

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