segunda-feira, 28 de maio de 2012

António Lopes Ribeiro - A Revolução de Maio (excertos) - 1937

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Cartaz de A Revolução de Maio, de António Lopes Ribeiro (col. Cinemateca Portuguesa)-

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Enviado por  em 15/03/2011
Excerto do filme português A Revolução de Maio, de António Lopes Ribeiro, 1937. 

Este excerto mostra Salazar e os seus ministros na cerimónia de comemoração dos dez anos do 28 de Maio de 1926. Um golpe militar liderado pelo General Gomes da Costa, em Braga a 28 de Maio de 1926, que pôs fim à I República.





Enviado por  em 16/02/2011
"A Revolução de Maio" estreia a 6 de Junho de 1937 no cinema Tivoli. Argumento: César Valente, perigoso agitador, regressa do exílio para desencadear uma rebelião a 28 de Maio, no décimo ano da Revolução Nacional. Mas, o amor de uma rapariga, Maria Clara, e a constatação das transformações do País durante a sua ausência o fazem mudar de ideias. Intérpretes: António Martínez - César Valente; Maria Clara - Maria Clara; Emília de Oliveira - Júlia; Alexandre Azevedo - Chefe Moreira; Ribeirinho - Jerónimo Barata; José Gamboa - Silva e ainda: Clemente Pinto; Luís Campos; Eliezer Kamenesky; Ricardo Malheiro... Realização - António Lopes Ribeiro


A Revolução de Maio
de António Lopes Ribeiro
 
com    António Martínez (César Valente/Manuel Fernandes), Maria Clara (Maria Clara), Emília de Oliveira (Júlia, a mãe), Alexandre Azevedo (Chefe Moreira) e Clemente Pinto (Marques).


Sinopse:
César Valente, perigoso agitador, regressa do exílio, vindo do Báltico, para desencadear a insurreição a 28 de Maio, no décimo ano da Revolução Nacional. A polícia limita-se a vigiar, deixando-o agir livremente até descobrir todos os pormenores da conspiração e os seus cúmplices. O conhecimento de uma linda rapariga, Maria Clara, e a constatação das transformações sociais e económicas operadas no país durante a sua ausência, suscitam enfim, em César Valente, o milagre da evidência.

Observações:

Filme de exaltação nacionalista, considerada uma obra de ficção exemplar sobre o Estado Novo como regime político e aparelho ideológico.
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Argumento da autoria de António Ferro e António Lopes Ribeiro, respectivamente sob os pseudónimos de Jorge Afonso e Baltazar ue a multidão respondeu à pergunta do Chefe: "Quem me segue?".
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De regresso à capital, o rapaz já está bem abalado. Mas ainda vai - numa bela manhã de sol - ao Castelo de São Jorge, no alto de Lisboa, para aí hastear a bandeira vermelha. Só que à visão da Bandeira Nacional, vacila por completo. E retira-se de lágrimas nos olhos, deitando for a o "trapo da vergonha", seguido a conveniente distância pela polícia. Quando um agente pergunta ao chefe se o deve prender, este responde comovido que não é preciso. César Valente já sabe a que causa deve dedicar a sua coragem e a sua vontade de poder."
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"... A Revolução de Maio - é o único exemplo de uma ficção política tentado até aos anos 70 e o único filme feito explícita e expressamente à glória do Estado Novo, que o encomendou e pagou. (...)
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Mas mesmo para esta versão tão soft de "filme fascista", António Ferro teve as suas dificuldades. Lopes Ribeiro conta que antes dele, Ferro convidou sucessivamente para a realização Leitão de Barros, Jorge Brum do Canto e Chianca de Garcia e que todos recusaram. E o acolhimento ao filme, apesar de soleníssima estreia no Tivoli, a 6 de Junho de 1937 (não se conseguiu acabar o filme ainda em 1936, ano do aniversário), com a presença do próprio Salazar, foi discreto, para dizer o mínimo. Ninguém se lembrou de insistir mais em tal género de fitas, nem de pedir mais obras "que exaltem vibrantemente a juventude, o trabalho e a alegria de viver" ou em que "as imagens colaborem com a história", na senda de palavras de Mussolini, recordadas por António Ferro na ocasião. Aliás, o mais curioso exemplo dessa colaboração das "imagens com a história" consiste na extensa passagem de "Revolução de Maio" em que Lopes Ribeiro montou, com a ficção, o documentário do discurso de Salazar em Braga. Muito tempo depois, o realizador afirmou que essa ideia ("actualidades" mais "ficção") lhe viera da sua estada na URSS em 1929 e dos filmes de "agit prop" de Dziga Vertov..."
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João Bénard da Costa, in Histórias do Cinema, ed. Imprensa-Nacional-Casa da Moeda, 1991.

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